Sonhei
que estava num bosque, entre flores e florestas. – E lá eu encontrava uma jovem
que, no sonho, chamava-se Maria Amélia. – Naquele sonho, Maria Amélia me
contava algumas coisas: assuntos os mais diversos. Mas tudo tinha que ver com a
vida dela! – Sonhos são imagens que se apresentam em nossa mente e formam
ideias. – Tais fenômenos ocorrem durante o sono e, muitas vezes, dizem muito da
realidade que nos carca.
Naqueles
bosques havia declives e aclives. No meio do sonho, Maria Amélia falou das suas
poucas alegrias. E prosseguiu na conversa, contando umas tantas dificuldades em
sua vida. – Pelo que pude ver, ela tinha cerca de 20 anos. – Era uma jovem
atraente, demonstrando ser muito reservada; esquiva; introspectiva, às vezes
triste. Em que pese, ela queria encontrar as alegrias desta vida. E se
esforçava para tanto; mas havia incompreensões que teimavam por impedir que
Maria Amélia se sentisse segura entre as pessoas do seu convívio social.
Estávamos
na primavera, estação das flores e dos campos verdejantes. Nada obstante, não
víamos as coisas tão verdes, assim. Nada parecia claro o suficiente para que os
olhos de Maria Amélia brilhassem mais um pouquinho. Ela deixava antever sua
vontade de conseguir que seus familiares, assim como os grupos de amigos
fossem bem receptivos à sua presença. – E me dizia que não desfrutava da
aceitação necessária, principalmente fora de casa, em horas quando mais
necessitava dessa tolerância.
Eu me
afeiçoei a Maria Amélia, de modo a sentir suas tristezas como se minhas fossem.
– Lembro-me de que sentamo-nos na grama e ficamos um tempão conversando. Eu
alisava os cabelos dela; algumas vezes, enxugava as lágrimas que escorriam
vagarosamente por suas faces. – Naquelas horas ficávamos em total silêncio.
Pois é nos momentos de silêncio que o nosso pensamento vagueia em busca de
resultado para os males que nos afligem.
Mas, como
ocorre em quase todos os sonhos, a solução não vem. E ficamos em apuros. Coisas
que se passam em pedaços de minutos, parece que duraram a noite inteira. É uma
sequência de pensamentos confusos, até que acordemos atordoados. – Porém, antes
de acordar naquela noite, meu pensamento só dava indícios de coisas fúnebres.
Eu só via imagens de pessoas mortas. Naquele sonho, havia algo de funesto
rondando os dias de Maria Amélia. Àquela altura, Maria Amélia era mais u’a
amiga que eu havia feito, em tão curto tempo.
Enfim,
acordei. Passei o dia com a cabeça embaralhada com o dito sonho. Fui tomado por
um desconsolo muito incômodo. – O dia terminou e os afazeres me levaram a esquecer que havia sonhado tanto. – Ademais, sonhos são frequentes em muitas
pessoas. Umas sonham mais, outras sonham raramente. Por isso, a gente termina
esquecendo certos sonhos.
Entretanto,
no caso presente, as imagens daquele sonho sempre voltavam à minha mente. E
assim foi, até que seis (6) dias após o sonho, veio-me a notícia da morte
inesperada de uma jovem. Aí, não era mais sonho; era a triste realidade: Cinara
do Espírito Santo tivera morte violenta, deixando familiares e amigos
incrédulos e atônitos. – Essa morte de verdade, ocorreu nos arredores da cidade
em que nasci. E Cinara tinha e tem parentesco comigo, relativamente muito
próximo.
Fiquei a
pensar: sonhos podem mostrar realidades? – Sim, respondi eu mesmo. Se bem que
nem todos. – Contudo e portanto, cada vez mais passei a acreditar que os nossos
sonhos são uma espécie de relato das situações com as quais convivemos; ou
pelas quais passamos. Ou ainda, lembranças de coisas que nos chegaram em forma de
notícias. – Isto é, no sono, adormecidos, sonhamos com coisas que, muitas
vezes, já sonhávamos com elas, quando acordados estávamos. – A antevisão das
coisas do dia a dia nos chega na forma de certos sonhos.
** Os nomes são fictícios! – Mas, qualquer semelhança com pessoas ou fatos, NÃO é simples coincidência. – É ISSO. /.
** Os nomes são fictícios! – Mas, qualquer semelhança com pessoas ou fatos, NÃO é simples coincidência. – É ISSO. /.
Esta crônica tem um quê vigoroso de realidade... Não é pura ficção! /.
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