quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Língua portuguesa







Língua Dinâmica

José Fernandes Costa – jfc.costa15@gmail.com

As provas do Enem já estão chegando. Muita gente precisa sair-se bem em redação e Língua Portuguesa! – Assim, todo cuidado é pouco, para quem quer ser bem-sucedido nesses concursos! – Outro dia, recebi um texto bem escrito. – Mas, numa frase, havia um verbo fora de sintonia. A pessoa escreveu: “O que ‘fale’ o Brasil é...” – Referia-se ao verbo FALIR. – Notem: o verbo FALIR, só se conjuga quando ele NÃO se confundir com o verbo FALAR. – Assim, no presente do indicativo, apenas duas pessoas verbais se salvam. São “nós falimos / vós falis.”

Como FALIR não tem a primeira pessoa do presente do indicativo, consequentemente não tem o subjuntivo presente. – Posto que o subjuntivo presente provém da primeira pessoa do presente do indicativo. Se alguém disser: - “Se for assim, fale tudo...” – Aí nós vamos ficar pensando que o sujeito ou a sujeita vai FALAR TUDO! – Portanto, nesse caso, substitua-se o VERBO: “Se for assim, quebra tudo; ou tudo abre falência.” – O verbo ADEQUAR e outros, seguem nessa mesma direção.

2. Entre / dentre: - Quando empregar um e outro? – Os escreventes da imprensa e outros falantes, deitam e rolam em cima do “dentre”. – Não querem saber se há regra, nem regras. – Um apresentador de TV perguntou a um candidato a casamento: “’Dentre’ essas moças aí, qual a que você vai querer?” – Bobeou feio. – Vejam: “Dentre” quer dizer “do meio de”. Para empregar “dentre”, o verbo tem que pedir a preposição “de”. – Também, não seria nada elegante perguntar: “do meio” dessas moças, qual (o quê?) você vai querer? – Assim, o candidato poderia entender “qual pedaço” (??). – Então, o óbvio é perguntar: “Entre essas moças aí qual você vai querer?” (Qual delas?) – De outra parte (sempre há uma parte); de outra parte, nós dizemos: “Dentre o emaranhado de galhos, saltou um passarinho.” “Dentre os presos, surgiu um ferido.” “Dentre os convidados, saiu um idiota.”– Ou seja, do meio dos galhos, saltou um passarinho; do meio dos presos, surgiu um ferido; do meio dos convidados, saiu um idiota. - Dentre = de entre (contração da preposição “de” com “entre”). – Na dúvida prefira sempre usar “entre”. – “Entre aquelas pessoas alegres, havia um doente.”

3. Em belos versos Fernando Pessoa disse: - “O poeta é um fingidor / finge tão completamente / que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente...” – Tomemos o verbo “fingir” no sentido original, do latim (fingere). – E vamos a “fingidor”, no português de Portugal: o que é equivalente àquele que modela em barro, esculpe (esculpir), constrói. – Daí surgiu a nossa “areia de fingir”, tão usada nos acabamentos de imóveis (construção civil). – A areia de fingir é de largo uso lusitano, no sentido de esculpir, modelar, dar acabamento etc. – Assim, diferentemente do que muitos brasileiros podem pensar, Fernando Pessoa não quis dizer que o poeta seja “dissimulado, hipócrita ou insincero”. – Fernando Pessoa não pensou, nem pensaria assim. – Em suma: Fernando Pessoa quis dizer e disse que o poeta é um escultor dos sentimentos etc. – É o que penso!! /.



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