quarta-feira, 13 de dezembro de 2017




Opinião




Eu não seria eu se não expusesse MINHA opinião só para não desagradar a maioria e com isso perder seguidores.
Sim, sou POLICIAL e não vou votar no Bolsonaro porque antes disso, sou MULHER, CIDADÃ e estudei história.
Mas vamos falar da opinião da MULHER POLICIAL há 16 anos.
Em 26 anos como Parlamentar quantas leis esse senhor aprovou para melhoria, auxílio, apoio ou evolução do trabalho policial no Brasil??
Dizer que vai dar carta branca para a polícia matar? A polícia já mata, minha gente, e pior, morre também, e muito! As forças policiais do Brasil foram consideradas as que mais matam no mundo e mesmo assim o tráfico não diminuiu, ao contrário, aumentou. As drogas não são mais raras, ao contrário, estão mais acessíveis.
Não posso votar num cara que se especializou no discurso de ódio, sempre atacando mulheres, gays, negros, refugiados, sobretudo quando pobres. Chegou a dizer que Quilombolas “não deveriam procriar”, que os refugiados sírios e haitianos eram escórias, que mulheres deveriam receber salários menores, que preferia ver um filho morto a se declarar gay e que a ditadura militar matou pouco. Enfim,
passou três décadas agredindo militantes de esquerda, gays, mulheres, negros. Além de fazer apologia ao estupro e ao assassinato. Desta forma, ganhou notoriedade não pelo que produziu como parlamentar – praticamente nada –, mas pelo discurso de ódio contra as minorias.
O que ele tem a oferecer é mais violência, medo e ódio. É mais rancor, mais frustração, mais retaliação, mais tiro, mais sangue, mais morte, mais homicídios. Isso que ele está prometendo e tem a oferecer para o povo brasileiro é o inferno para nós policiais competentes e bons servidores, que acabamos sendo vítimas de assassinatos, muitos desses gerados por essa lógica belicista e de culto ao ódio (o Brasil é também campeão mundial em mortes de policiais). Tudo isso para compensar o desemprego, a precarização do trabalho, a precariedade dos serviços públicos de saúde, educação e assistência social, a falta de moradia, a desigualdade socioeconômica.
Enfim, por todo o exposto e por defender a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; que possa garantir o desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais, e que promova o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, orientação sexual e quaisquer outras formas de discriminação, é que jamais votaria no JAIR BOLSONARO.



domingo, 3 de dezembro de 2017




Retalhos de gramática

José Fernandes Costa – jfc.costa15@gmail.com

Os artigos indefinidos "um / uma" quase sempre sobram nas frases. Em dois textos de jornal, anotei estes exemplos: - "Lamartine, como sempre acontece na poesia, recupera 'uma'  certa verdade." 2. "A caixinha florida, pintada à mão, é 'uma' doce presença." 3. "Basta lembrar que, em março deste ano, o governo fez 'uma' grande divulgação." 4. "O Judiciário dispôs recentemente 'uma' alternativa para facilitar." 5. "Está prevista a mediação de conflitos, 'uma' alternativa ao processo litigioso." 6. "O leilão de áreas de exploração de petróleo atingiu 'um' ágio recorde." 7. "Marinheiros se feriram em 'um' choque de embarcações." 8. "Deus é 'um' poder supremo." 9. "'Um' outro bate-boca ocorreu entre Marun e Sílvio Costa." - Tem muito MAIS. Mas posso parar por aqui. Como visto, podemos tirar esses "um / uma" que NÃO fazem qualquer falta à boa compreensão das frases! - Os textos enxutos são economia de papel e tempo; além de passar a noção de boa escrita, por parte de quem os fez!

O Enem já passou. Mas, redação sempre é bicho-papão. – O Natal está muito próximo. E logo em seguida, o ano-novo e o ano novo! Notem que natal é relativo a nascimento! E o Natal que se aproxima é a data em que se comemora o nascimento de Jesus! O dia do Natal: 25 de dezembro! Por isso, é grafado com inicial maiúscula. - O outro Natal maiúsculo é a capital do Rio Grande do Norte. Diferentemente de terra natal, torrão natal, cidade natal, que são lugares de nascimento de pessoas etc. Estes são vira-latas e são escritos com iniciais minúsculas! – E ano-novo (com hífen e minúsculo) é a virada do ano; meia-noite de 31 de dezembro, o réveillon. – “Bom Natal e boas festas de ano-novo, réveillon!”

Mas, 2018 é mais um ano novo (sem hífen e também minúsculo) que não nos promete nada. Deve ser mais um ano de vacas magras esse ano novo que vem a partir de primeiro de janeiro. – (Sinto, mas não confundam cinto com funda.) – Não usem atiradeiras, nem atirem pedras. Como costumo dizer: a Idade da Pedra não se acabou por falta de pedras. Não. Foi por causa dos avanços tecnológicos; para o bem ou para o mal, temos essa tecnologia, muitas vezes infernal.

Hermafrodito é filho e Hermes e Afrodite. O nome surgiu no Olimpo. É a mistura de Hermes com Afrodite. (Essa misturada de nomes é mania de muitos brasileiros.) – O menino Hermafrodito era muito bonito. As mulheres não resistiam aos encantos do gatão. A ninfa Salmaris ficou caidinha de amores por ele. Essa paixão comoveu os deuses do Olimpo. E Salmaris conseguiu que os dois se fundissem num só corpo. Foi daí que nasceu a palavra andrógino. De natureza masculina e feminina. Também conhecida como macho e fêmea! Alguns chamam de hermafrodita! Mas o Aurélio prefere Hermafrodito!

Os porquês da redação! E por que redação é temida? Por quê? Porque é necessário saber redigir. - Vejam: o porquê (pegado e com circunflexo) é palavra substantivada. E admite plural conforme está no comecinho! E o por quê (separado e com acento) é quando a interrogação ou exclamação termina com ele! O por que (separado e sem acento) vem no meio da frase e indica motivo, razão. E porque (pegado, sem acento) é conjunção integrante: "Você diz isso porque não pensa." "Quero saber o porquê dessa insistência sua!" "Diga-me por quê!" - Em manchete na imprensa: "Professor diz por que não há como ensinar bem" - O advérbio "eis" e a contração "daí" pedem o “por que” (separado)! - "Eis por que essas coisas acontecem." – "Daí por que fica o alerta!

Agora, vejamos um pouquinho da confusão feita pela última Reforma Ortográfica, que rolou a partir de 2009; e, por fim, entrou em vigou em 1º de janeiro de 2016:
Os hiatos voo, enjoo, coo, coroo, perdoo, moo, abençoo, povoo (presente do indicativo) perderam o acento! – Olho vivo quando estiverem nos concursos! – Também não se acentuam mais os ditongos abertos (ei / oi) em palavras paroxítonas! Exemplos: ideia, plateia, colmeia, Coreia; boia, jiboia, paranoia, heroico, paranoico etc. – Obs.: Os ditongos abertos, de palavras oxítonas e monossílabas, continuam acentuados! Ex.: dói, herói, constrói, anéis, papéis etc. - Obs2.: Os ditongos abertos "eu", também, continuam acentuados: véu, céu, ilhéu (habitante de ilha), chapéu! Assim como o respectivo plural destes: véus, ilhéus, chapéus etc. - "Houve um clarão nos céus de Las Vegas"! - ¡Y sanseacabó!




segunda-feira, 6 de novembro de 2017






As Bolachas

(Para reflexão:) 

U’a moça estava na sala de embarque de um aeroporto à espera de seu voo. Como deveria esperar muito pelo voo, resolveu comprar um livro para matar o tempo. Comprou, também, um pacote de bolachas. Sentou-se numa poltrona para que pudesse descansar e ler em paz.
Ao seu lado sentou-se um homem. Quando ela pegou a primeira bolacha, o homem também pegou uma. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada.  Apenas pensou: "Que cara de pau! Se eu estivesse mais disposta, dar-lhe-ia um soco no olho, para que ele nunca mais esquecesse."
A cada bolacha que ela pegava, o homem também pegava uma. Aquilo a deixava tão indignada que não conseguia nem reagir. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: "O que será que este abusado vai fazer agora?"
Assim, o homem dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela.  Aquilo era demais! Ela estava espumando de raiva! Então, pegou o seu livro e as suas coisas e se dirigiu ao local de embarque.
Quando ela se sentou numa poltrona no interior do avião olhou dentro da bolsa para pegar um bombom; e, para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá, ainda intacto, fechado. Só então percebeu que a errada era ela, sempre tão distraída. Ela havia se esquecido de que suas bolachas estavam guardadas, dentro de sua bolsa.  Ela sentiu muita vergonha de si mesma!
O homem havia dividido as bolachas dele sem demonstrar indignação, nervosismo ou revolta; enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo as dela com ele. E já não havia mais tempo para se explicar ou para pedir desculpas.
Quantas vezes, em nossa vida, comemos as bolachas dos outros sem ter consciência disso? Antes de concluir, observe melhor, talvez as coisas não sejam exatamente como você pensa. Não pense o que não sabe sobre as pessoas. Existem quatro coisas na vida que não se recuperam: a pedra, depois de atirada; a palavra, depois de proferida; a ocasião, depois de perdida; e o tempo, depois de passado.
Autoria desconhecida!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Mariana Costa - vítima do machismo


jfc.costa15@gmail.com




Mariana Menezes Costa era sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney. Classe média alta morava com as duas filhas (de nove e 11 anos) numa rua nobre de São Luís do Maranhão: Rua São Luís Rei de França. Nome nobre, para abrigar um crime tão ignóbil.

Mariana tinha 33 anos de idade. Era publicitária e professora na Universidade Ceuma, em São Luís. – Além disso, e das tarefas do lar, frequentava os cultos do Templo Evangélico Batista Olho D’Água. Era devota e lá ela entoava cânticos e orações.

No dia 13.11.2016, um domingo, Mariana saiu da igreja, onde celebravam a festa de aniversário do templo. Foi levada pra casa, com as duas filhas, pelo cunhado Lucas Leite Ribeiro Porto, 37 anos, que também estava no culto. Ao deixar Mariana em casa, Lucas voltou, em pouco tempo, ao apartamento dela. E cerca de 40 minutos após ter voltado, Lucas Ribeiro havia assassinado Mariana, por asfixia. O assassino Lucas, que dizem ser homossexual, está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. – Por ser “empresário bem-sucedido”, logo, logo poderá estar solto, pra matar mais mulheres, infelizmente.

Lucas Ribeiro Porto havia dado carona à cunhada Mariana, após participarem do ato festivo, naquele domingo fatídico. – Deixou-a em casa e saiu em cerca de três minutos. Mas voltou ao prédio onde morava Mariana, 45 minutos após. A porta do apartamento estava aberta, porque as crianças de Mariana estavam na piscina. – Lucas encontrou Mariana no quarto dela, saindo do banho. – Diz ele que Mariana estava despida.

Ao delegado de polícia o facínora Lucas disse que “tinha um desejo incontido de possuir sexualmente Mariana”. E aproveitou aquele momento, porque “não resistiu a vontade”! – Pergunta: por que Lucas voltou ao prédio, tão rapidamente? – Então, não foi o “momento”. Foi crime premeditado.

Mariana resistiu aos ataques do cunhado criminoso! Tanto que ele desceu do prédio, após consumar seus instintos escabrosos, bastante nervoso, transtornado. E com braços e rosto arranhados. Prova de que Mariana reagiu aos ataques do maldito cunhado, antes de ser desfalecida. – Dezenas de câmeras de monitoramento filmaram o criminoso na descida do prédio.

Irado, por ter encontrado resistência, Lucas sufocou Mariana com um travesseiro, até que ela agonizasse; em seguida, com ela já desmaiada, estupro-a e a matou. E, de imediato, o homicida desceu pelas escadas, do 9º andar do prédio, onde se deu o crime. Não usou mais o elevador. Foi filmado pelas câmeras do edifício; não teve como negar. Confessou à polícia haver matado a cunhada. – Exames das secreções de Mariana confirmaram que houve o estupro.

Pelo que dizem, Lucas é homossexual, nada obstante ser casado. É gilete, como dizemos em gíria. – Mariana tomou conhecimento da homossexualidade do cunhado. E estava se preparando pra contar à irmã Carolina, esposa do dito monstro. Carol talvez não soubesse ainda de mais essa nódoa nas costas do marido. – Mariana, surpresa com essa descoberta, iria falar, também, para outras pessoas do seu ciclo familiar e de amizades. – Lucas ao saber do plano da cunhada, resolveu acabar com a vida dela.

Por enquanto, Lucas Ribeiro está em lugar “bom e seguro”. No Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Essa penitenciária já ficou muito conhecida; e até “famosa” nacionalmente. – Numa rebelião entre três facções criminosas, os presos degolavam seus antagonistas do tráfico de drogas; e jogavam futebol com a cabeça do degolado. – É pena que Lucas possa sair de Pedrinhas antes de ser degolado.

Detalhe: A defesa de Lucas Porto entrou com pedido de incidente de insanidade mental; e quer "provar" que o endiabrado Lucas Ribeiro Porto é mentalmente insano?! - Isso são manobras cínicas de advogados!! - Essas chicanas ardilosas da defesa são do mês de agosto passado. - E o juiz do feito autorizou, em parte, o pedido. - Em suma: o pervertido Lucas Porto foi submetido a exame de sanidade mental, no dia 17 de agosto próximo findo, no Hospital Nina Rodrigues, em São Luís. - O laudo pericial deveria ficar pronto em 60 dias, a partir daquela data!! - Tudo pode acontecer!! - Inclusive, Lucas Porto pode até ser posto em liberdade pra continuar sua fúria homicida contra MULHERES indefesas! - Dificilmente esse assassino será mandado para um manicômio judiciário! - Mas onde quer que ele fique, vai ter todas as regalias imagináveis.

Esse assassino conviveu por quase duas décadas com toda família da vítima; era casado com a irmã dela. - "Nunca demonstrou em todo esse tempo um mínimo sinal de desequilíbrio mental". - São palavras da própria ex-esposa dele, Carolina Menezes, irmã da vítima Mariana. - É muito fácil, agora, querer atestado de insanidade mental pra se livrar do Tribunal do Júri. - Se a perícia não for "comprada", torna-se impossível comprovar que, à época do homicídio, Lucas Porto fosse inimputável, por distúrbios mentais ou quaisquer motivos outros.

Passado criminoso: - Há tempos que Lucas vive às voltas com a polícia, por vários crimes: estelionato; porte ilegal de armas; falsa comunicação de crime etc. - Ele havia forjado o roubo de um veículo de sua propriedade, pra receber a indenização da seguradora. – Essa era a rotina criminosa do Lucas.

E sua esposa, Carolina Costa, mantinha a rotina da irmã Mariana, no Templo Evangélico Batista Olho D’Água. – No sepultamento da irmã, Carol entoou, entre choro e soluços, este hino que Mariana mais gostava de cantar nos cultos: “Por toda a minha vida, Senhor, eu te louvarei; pois meu fôlego é tua vida e nunca me cansarei”.

De outra parte, o que se diz é que o marido de Mariana, Marcos Renato, um agropecuarista “quebrado”, era ausente na vida da esposa; e vivia em Itapecuru-Mirim, a 108 Km de São Luís. – Agora, por infelicidade, Mariana está morta; e Carol está não se sabe como. – Porque ter um marido envolvido em dezenas de crimes ou ter esse marido no Complexo de Pedrinhas, não faz muita diferença. – No dia seguinte ao homicídio (14.11) foi decretada a prisão preventiva de Lucas Porto. E ele foi encaminhado ao presídio.

Posto que logo após o crime, a polícia começou as investigações pra desvendar a morte de Mariana Costa. Em poucas horas, já sabia que ELA fora morta por asfixia e estrangulamento; em sua cama, no próprio apartamento, naquele domingo 13. – O cunhado homicida, Lucas Ribeiro Porto, diante das evidências, confessou ter matado Mariana. As câmeras mostraram que ele foi o único a entrar no apartamento dela, naquele curto espaço de tempo. – Assim, Lucas continua preso em Pedrinhas. – E Mariana pagou com a vida. – Mais uma monstruosidade contra as mulheres, entre tantas outras. /.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Qualquer semelhança....

Qualquer semelhança...



Sonhei que estava num bosque, entre flores e florestas. – E lá eu encontrava uma jovem que, no sonho, chamava-se Maria Amélia. – Naquele sonho, Maria Amélia me contava algumas coisas: assuntos os mais diversos. Mas tudo tinha que ver com a vida dela! – Sonhos são imagens que se apresentam em nossa mente e formam ideias. – Tais fenômenos ocorrem durante o sono e, muitas vezes, dizem muito da realidade que nos carca.

Naqueles bosques havia declives e aclives. No meio do sonho, Maria Amélia falou das suas poucas alegrias. E prosseguiu na conversa, contando umas tantas dificuldades em sua vida. – Pelo que pude ver, ela tinha cerca de 20 anos. – Era uma jovem atraente, demonstrando ser muito reservada; esquiva; introspectiva, às vezes triste. Em que pese, ela queria encontrar as alegrias desta vida. E se esforçava para tanto; mas havia incompreensões que teimavam por impedir que Maria Amélia se sentisse segura entre as pessoas do seu convívio social.

Estávamos na primavera, estação das flores e dos campos verdejantes. Nada obstante, não víamos as coisas tão verdes, assim. Nada parecia claro o suficiente para que os olhos de Maria Amélia brilhassem mais um pouquinho. Ela deixava antever sua vontade de conseguir que seus familiares, assim como os grupos de amigos fossem bem receptivos à sua presença. – E me dizia que não desfrutava da aceitação necessária, principalmente fora de casa, em horas quando mais necessitava dessa tolerância.

Eu me afeiçoei a Maria Amélia, de modo a sentir suas tristezas como se minhas fossem. – Lembro-me de que sentamo-nos na grama e ficamos um tempão conversando. Eu alisava os cabelos dela; algumas vezes, enxugava as lágrimas que escorriam vagarosamente por suas faces. – Naquelas horas ficávamos em total silêncio. Pois é nos momentos de silêncio que o nosso pensamento vagueia em busca de resultado para os males que nos afligem.

Mas, como ocorre em quase todos os sonhos, a solução não vem. E ficamos em apuros. Coisas que se passam em pedaços de minutos, parece que duraram a noite inteira. É uma sequência de pensamentos confusos, até que acordemos atordoados. – Porém, antes de acordar naquela noite, meu pensamento só dava indícios de coisas fúnebres. Eu só via imagens de pessoas mortas. Naquele sonho, havia algo de funesto rondando os dias de Maria Amélia. Àquela altura, Maria Amélia era mais u’a amiga que eu havia feito, em tão curto tempo.

Enfim, acordei. Passei o dia com a cabeça embaralhada com o dito sonho. Fui tomado por um desconsolo muito incômodo. – O dia terminou e os afazeres me levaram a esquecer que havia sonhado tanto. – Ademais, sonhos são frequentes em muitas pessoas. Umas sonham mais, outras sonham raramente. Por isso, a gente termina esquecendo certos sonhos.

Entretanto, no caso presente, as imagens daquele sonho sempre voltavam à minha mente. E assim foi, até que seis (6) dias após o sonho, veio-me a notícia da morte inesperada de uma jovem. Aí, não era mais sonho; era a triste realidade: Cinara do Espírito Santo tivera morte violenta, deixando familiares e amigos incrédulos e atônitos. – Essa morte de verdade, ocorreu nos arredores da cidade em que nasci. E Cinara tinha e tem parentesco comigo, relativamente muito próximo.

Fiquei a pensar: sonhos podem mostrar realidades? – Sim, respondi eu mesmo. Se bem que nem todos. – Contudo e portanto, cada vez mais passei a acreditar que os nossos sonhos são uma espécie de relato das situações com as quais convivemos; ou pelas quais passamos. Ou ainda, lembranças de coisas que nos chegaram em forma de notícias. – Isto é, no sono, adormecidos, sonhamos com coisas que, muitas vezes, já sonhávamos com elas, quando acordados estávamos. – A antevisão das coisas do dia a dia nos chega na forma de certos sonhos.

** Os nomes são fictícios! – Mas, qualquer semelhança com pessoas ou fatos, NÃO é simples coincidência. – É ISSO. /.



domingo, 9 de julho de 2017

Violência contra a mulher






Mariana Costa

José Fernandes Costa – jfc.costa15@gmail.com

Mariana Menezes de Araújo Costa era sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney. Classe média alta morava com as duas filhas numa rua nobre de São Luís do Maranhão: Rua São Luís Rei de França. Rua de nome tão nobre, para abrigar um crime tão ignóbil.
 Mariana tinha 33 anos de idade. Era publicitária e professora na Universidade Ceuma, em São Luís. – Além disso, e das tarefas do lar, frequentava os cultos do Templo Evangélico Batista Olho d’Água. Era devota e lá ela entoava cânticos e orações.
No dia 13.11.2016, um domingo, Mariana saiu do culto no templo. Foi levada pra casa pelo cunhado Lucas Leite Ribeiro, que também estava no templo. Ao deixar Mariana em casa, Lucas Ribeiro voltou minutos depois ao apartamento dela. Cerca de 40 minutos após, Lucas Leite Ribeiro, de 37 anos, havia assassinado Mariana, por asfixia. O psicopata Lucas, que dizem ser homossexual, está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. – Por ser “empresário bem-sucedido”, logo, logo poderá estar solto, pra matar mais mulheres.
Lucas Ribeiro havia dado carona à cunhada Mariana, após participarem do culto religioso, naquele domingo fatídico. – Deixou-a em casa e saiu cerca de três minutos após. Mas voltou ao prédio onde morava Mariana, em 40 minutos. A porta do apartamento estava aberta, porque as crianças de Mariana estavam na piscina. – Lucas encontrou Mariana no quarto dela, saindo do banho. – Diz ele que Mariana estava despida.
Ao delegado de polícia o facínora Lucas disse que “tinha um desejo incontido de possuir sexualmente Mariana”. E aproveitou aquele momento, porque “não resistiu a vontade”! – E por que Lucas voltou ao prédio? – Então, não foi o momento. Foi crime premeditado.
Mariana resistiu aos ataques do cunhado criminoso! Tanto que ele desceu do prédio, após consumar seus instintos escabrosos, bastante nervoso, transtornado. E com braços e rosto arranhados. Prova de que Mariana lutou com o infeliz cunhado, antes de ser desfalecida.
Irado, por ter encontrado resistência, Lucas sufocou Mariana com um travesseiro até que ela agonizasse; e, em seguida, estupro-a e a matou. De imediato, o homicida desceu do 9º andar do prédio, onde se deu o crime, pelas escadas. Não usou mais o elevador. Foi filmado pelas câmeras do edifício; e não teve como negar. Confessou à polícia ter matado a cunhada.
Pelo que se sabe, Lucas é homossexual. Mariana sabia disso e estava se preparando pra contar à irmã Carolina, esposa daquele monstro. Carol talvez não soubesse ainda de mais essa mancha, agora, homossexual nas costas do marido. – Ele, ao saber do plano da cunhada, resolveu acabar com a vida dela.
O que se sabe é que ele está num lugar “bom e seguro”: está no Complexo de Pedrinhas, aquele presídio que ficou muito conhecido; até famoso nacionalmente. – Numa rebelião entre três facções criminosas, em Pedrinhas, os presos degolavam seus inimigos e jogavam bola com a cabeça do degolado. – É pena que Lucas possa sair de Pedrinhas em pouco tempo, antes de ser degolado, também.
Passado criminoso de Lucas Ribeiro: havia tempos que Lucas vivia às voltas com a polícia, por vários crimes: estelionato; porte ilegal de armas; falsa comunicação de crime: tinha forjado o roubo de um veículo de sua propriedade, pra receber a indenização da seguradora. – Essa era a rotina criminosa do Lucas.
E sua esposa, Carolina Costa mantinha a rotina da irmã Mariana, no Templo Evangélico Batista Olho d’água. – No sepultamento da irmã, Carol entoou, entre choro e soluços, este hino / louvor que Mariana mais gostava de cantar nos cultos: “Por toda a minha vida, Senhor, eu te louvarei; pois meu fôlego é tua vida e nunca me cansarei.”
De outra parte, o que se diz é que o marido de Mariana, Marcos Renato, era ausente na vida da esposa. – Razão por que o cunhado Lucas, dizem, era mais presente nos afazeres de Mariana do que o marido. – Sem qualquer suspeita de relacionamento íntimo entre ambos.
Hoje, por infelicidade, uma está morta e a outra está não se sabe como. – Porque: ter um marido envolvido em dezenas de crimes ou ter esse marido no Complexo de Pedrinhas, não faz muita diferença. – No dia seguinte ao homicídio (14.11) Lucas teve a prisão preventiva decretada. E foi encaminhado para o presídio.
A polícia começou as investigações pra desvendar a motivação da morte Mariana Costa. Mas já sabia que ela fora morta por asfixia e estrangulamento em seu apartamento, naquele dia 13. O cunhado dela, Lucas Porto continua preso e confessou o assassinato de Mariana.
A versão da homossexualidade de Lucas ganhou força com depoimentos de familiares da vítima: afirmaram que Mariana havia descoberto que o cunhado é homossexual e iria contar tudo pra irmã dela, Carolina. – Por isso, Mariana pagou com a vida. – Mais uma barbaridade contra as mulheres, entre tantas e tantas. /.

sábado, 8 de julho de 2017

Pontes Visgueiro




Mariquinhas e Pontes Visgueiro

José Fernandes Costa - Jfc.costa15@gmail.com
Um bárbaro assassinato de u’a mulher de 33 anos de idade, em São Luís (MA), chamou-me a atenção. Lembrei-me de que, em meados de 2015, escrevi artigo que foi publicado na Gazeta de Bom Conselho. – Falei sobre mulheres assassinadas por bestas-feras, que se dizem “apaixonados” por elas. Isto é, mulheres vítimas dos “homens”. Prometi, naquela época, dar prosseguimento ao triste tema, começando pelo crime cometido por José Cândido de Pontes Visgueiro, na mesma São Luís do Maranhão, no dia 14 de agosto de 1873.
Do recentíssimo 2015 para cá, inúmeras mulheres foram trucidadas por esses entes endiabrados que andam soltos. – Por isso, oportuno voltar no tempo; e falar de Pontes Visgueiro, que nasceu no dia 13 de outubro de 1811, na Vila de Maceió, da então comarca de Alagoas, que era vinculada à província de Pernambuco. – Como vemos, essa história de “homens” pretenderem ser donos das mulheres, remonta a milhares e milhares de anos.
Pontes Visgueiro era desembargador em São Luiz (MA), em 1872. Tinha 60 anos quando cometeu o monstruoso crime. – Ele matou, cruelmente, Maria da Conceição (Mariquinhas), que tinha 15 anos de idade; era adolescente pobre, prostituída pelos vis interesses pecuniários da própria mãe.
Com apenas 15 anos, Mariquinhas já era prostituta, porque a mãe dela se aproveitava da beleza da filha criança; e a levava para os homens de dinheiro desfrutarem do sexo da jovem, em troca de farto pagamento, que a velha mãe proxeneta da filha embolsava. Nas redações de jornais, nos tribunais, nos escritórios, onde houvesse homens com dinheiro e prestígio, a velha Luiza Sebastiana de Carvalho ia lá entregar a filha.
Visgueiro se “apaixonou” por Mariquinhas e queria que ela lhe fosse fiel acima de tudo. Visgueiro era tão mau que nem levava em conta a condição de Mariquinhas, nascida de u’a mãe sem qualquer formação. E criada por aquela infeliz mãe. A mãe de Mariquinhas tinha os olhos voltados só para o que o corpo da filha pudesse render. Era u’a mãe imoral, como imorais eram os coronéis em geral. – Note-se que essa mesma imoralidade campeia cinicamente nos dias de hoje.
Pontes Visgueiro, quando tinha 18 meses de idade foi acometido de uma febre maligna que o deixou surdo. E só aos cinco (5) anos começou a ouvir e falar. – Todavia, aos 40 anos tornou-se completamente surdo. – Ainda jovem, estudou num seminário em Olinda (PE). Mas não seguiu a carreira eclesiástica. Ingressou na Academia de Direito, em Olinda.
Na época, quis casar-se com u’a moça de família distinta, em Maceió; mas o pai de Visgueiro não consentiu e o transferiu para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, São Paulo. – Em São Paulo ele já tinha comportamento violento e andava armado.
Formado em 1834, já era deputado provincial por Alagoas. Ao ser diplomado, foi ser juiz de Direito em Maceió. Então, candidatou-se a deputado geral. Juntamente com outros quatro eleitos, também da magistratura, foi “representar” Alagoas, na capital federal (1838/1841). – Sempre foi muito elogiado por sua “brilhante inteligência”.
Nos anos de 1848 a 1857, Pontes Visgueiro voltou à magistratura, indo para a província do Piauí. Logo chegou a desembargador, assumindo esse encargo no Maranhão. Como já estava surdo, ficava impossível ouvir os debates pra se manifestar nos autos, coisa indispensável pela natureza do cargo. – Pra contornar, em parte, esse problema, o governo imperial ofereceu-lhe o cargo de fiscal do Tribunal do Comércio da Província do Maranhão.
O relacionamento com Mariquinhas começou em 1872. Pontes Visgueiro escandalizou a “sociedade” de São Luís, com cenas patéticas, diante de Mariquinhas. A ponto de se ajoelhar pra beijar os pés da menina, nas ruas movimentadas da cidade. – Um desembargador prestar-se a tamanha humilhação, era demais, fosse onde fosse.
Como Mariquinhas não era fiel a Pontes Visgueiro, ele a atraiu para uma cilada e a matou, covarde e estupidamente, com ajuda de um criado que havia contratado exclusivamente para esse fim. – Quando chegou à casa de Visgueiro, acompanhada de Thereza de Jesus, com quem morava, Mariquinhas teve o pressentimento de que algo estava errado. Quis voltar com Thereza, mas era tarde para tanto. 
Depois de se servirem de doces etc., Thereza foi embora. Pontes Visgueiro mandou Mariquinhas subir para o quarto dele, dizendo que tinha um presente pra dar a ela. – E a matou de forma tão cruel que não deve ser descrita aqui. Depois de consumado o assassinato, Visgueiro pôs o corpo da menina num caixão de zinco, que havia mandado fazer pra “guardar” Mariquinhas. Tudo foi feito com a ajuda do empregado por ele contratado, que cumpria ordens do patrão. – Depois, chamou um compadre que era funileiro e mandou que ele soldasse bem o caixão.
Com as inúmeras pistas deixadas por Visgueiro, facilmente a polícia encontrou o caixão, alguns dias depois, enterrado no fundo do quintal da casa do desembargador. Visgueiro foi preso e mandado para o Rio de Janeiro, pra ser julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça (nome de então). – Foi sentenciado à pena de galés (presos com correntes nos pés), grau máximo. – Por ter mais de 60 anos, essa pena foi substituída por prisão perpétua com trabalho. – Alguns historiadores daquela época dizem que Visgueiro morreu na prisão. – Outros dizem que ele fugiu pra Lisboa e não mais apareceu no Brasil. – A verdade, no entanto, nunca foi esclarecida.
A defesa de Visgueiro tentou desqualificar o crime, sob a alegação de que o homicida sofria de “desarranjos” mentais! – A promotoria afastou esse argumento. – O Tribunal, por unanimidade, rejeitou a tese da defesa; e rejeitou também a pena de morte pedida pela acusação. – Restou provado que o crime foi milimétrica e friamente premeditado. – Pontes Visgueiro perdeu o cargo de desembargador. – Evaristo de Morais (26.10.1871 — 30.6.1939) publicou livro dizendo que ali “houve erro judiciário”. – Não houve erro judiciário. – A frieza que o criminoso Visgueiro demonstrou tanto antes, quanto depois do horrendo crime, prova a premeditação com requintes de crueldade!
Visgueiro havia mandado fazer dois caixões, em São Luís: um de zinco e outro de cedro. – Numa ida a Teresina encomendou um terceiro caixão. E ainda comprou grande quantidade de clorofórmio pra preservar o corpo de Mariquinhas. – Tudo isso constou dos autos. E as pessoas envolvidas nesses preparativos depuseram em juízo: os três fabricantes dos caixões; o comerciante do clorofórmio; o funileiro que soldou o caixão de Mariquinhas etc. Assim também, o serviçal que foi obrigado por Visgueiro a ajudá-lo a executar o crime. /.